quarta-feira, maio 03, 2006

O Codex 632


Ando a ler o famoso "romance" do jornalista português José Rodrigues dos Santos.

Chamo "romance" (especial atenção às aspas) às neo-ficções de envolvimentos entre duas (ou mais) pessoas e que não são propriamente as tradicionais histórias de amor que caracterizam os verdadeiros romances. Nevertheless, considero de relevante importância esta obra, até porque, como boa mente cientista, gosto de tudo o que é baseado em factos, documentos, provas, acontecimentos, e não em pura imaginação humana. Achei também de grande interesse uma vez que se trata de um autor nacional e considero que a sua qualidade literaria está mais ou menos ao nivel do tão badalado Dan Brown com o seu "Código Da Vinci" (embora eu pessoalmente prefira o "Anjos e Demónios" e considere "A Conspiração" quase tão intragável que está pendente há meses nas páginas iniciais - logo eu que costumo consumir de forma gulosa quase todos os livros que me passam pela mão).

Pessoalmente, considero enfadonha a peculiaridade com que ele descreve as "quecas" do autor com a aluna sueca, algo do género "tem uns seios tão volumosos que só me apetece espreme-los até deitarem leite". Nojento e reducionista, trata-a como mero objecto, estereotipando-a como uma miuda loira, alta, olhos claros, mamalhuda, apetitosa e sedenta de sexo - como se todas as suecas fossem assim, coitadas - mais grave ainda, comparando-a a uma vaca leiteira a quem se deve espremer o leite (bestiofilia nao?) e sinceramente, embora muito open minded, acho escusado.

Também foram bastante "secantes" as sei lá quantas mil páginas que ele volta a repetir em vários capitulos sobre "Colom", "Colon", etc etc especificando qual o país que o trata assim (sim faz parte do livro, mas tanta repetição... chiça!) tão exageradamente que por vezes pensava que me tinha enganado a marcar a página que estava a ler e tinha voltado atrás uns capítulos, mas depois percebia que afinal o erro não era meu...

Outra crítica devo tecer em relação às supostas elacções que se vão tirando ao longo das descobertas do protagonista. É que às vezes penso que o livro terá sido escrito para a minha irmã de 7 anos... Em vez de me mostrar factos ou referir documentos em que aparentemente Colombo é "tuga" (p. ex) e ir comprovando a sua teoria com os proprios factos, ou seja, de deixar o leitor ir retirando as conclusões óbvias de cada frase, o autor vai sublinhando as conclusões (quase explicitas) no final de cada ideia transmitida. Mais ou menos do género - "Colombo escrevia portunhol" seguido de "logo, só podia ser portugues".... ";"alem disso nao tinha ascendencia italiana nem espanhola", "logo só podia ser português". Desculpe lá Sr. José Rodrigues dos Santos mas "duh"... mesmo que depois consiga contrariar esses factos com novas ideias apresentadas mais tarde no livro, de acordo com essa ideia todos nós percebemos que ele deve ser português não? Enfim...

Tirando isso, que não passam de opiniões pessoais, obviamente (ele é que sabe, eu cá sou de saúde e não de letras...) tenho lido o livro com bastante interesse, principalmente na parte em que fala sobre a Cabala e a Árvore da Vida. De tal forma que vim logo a correr ao nosso adorado "Google" retirar informações sobre a árvore da vida e os seus infinitos significados.

Talvez até junte um quadrozito da Árvore da Vida aos outros dois que vou fazer dos Deuses Gregos e Egipcios (sim porque para mim todas as religiões são adorações de mitos, e como acho os mitos simultaneamente interessantes e engraçados, principalmente por fazerem parte da História Humana, está na minha lista de "to do"...

Detestei a forma como o protagonista culpa a filha portadora de Trissomia 21 de todos os seus problemas, destruição do casamento e impelidora para relacções extra-conjugais... Mas infelizmente retrata a realidade de muitos pais destas crianças, de forma que o protagonista perde gordos pontos na minha consideração mas o autor ganha-os, inversamente proporcionais.

Gostei imenso da linguagem das flores, transmitida essencialmente por Constança, a esposa do protagonista. Devo referir no entanto que, embora o gesto de oferecer flores seja muito bonito e romântico pela sua intenção e, lá está, a linguagem que transmite, considero ofensiva essa "exploração sexual das plantas" (as flores são o sexo de algumas plantas) por não ser lá muito ecologista e principalmente por se ter tornado em mais um consumismo da nossa sociedade... Portanto se algum dia me quiserem oferecer flores (lol), ofereçam-nas logo com o vaso de forma a poder mante-las vivas e não mutilar as plantas só para transmitir uma mensagem (muitas vezes não percebida pelo receptor) e enfeitar a casa durante uns dias...

Gostei imenso das charadas, gosto de um bom desafio à lógica: descobri logo que "Moloc" era Colom(bo) invertido assim que li a contra-capa do livro hehehe


Já agora, deixo um cheirinho da árvore da vida e os links que vi:



























http://pt.wikipedia.org/wiki/Ã�rvore_da_vida (dicionário e significados)
http://www.misteriosantigos.com/arvorevida.htm (muito bom)
http://www.eon.com.br/adv0.htm (esquemas)
http://estrelaguia.virgula.com.br/bin/pg_dinamica.php?id_pag=130 (muito bom tb)
http://www.prosveta.ch/sephir_p.html (fonte do esquema - onde se csg ver melhor)

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